Pesquisa mostra como seleção natural reusa peças para criar novas máquinas moleculares Kenneth Chang escreve para o New York Times: Reconstruindo genes de animais extintos, cientistas demonstraram pela primeira vez o processo gradual pelo qual a evolução cria uma nova peça de maquinário molecular ao reusar e modificar partes existentes.

Pesquisa mostra como seleção natural reusa peças para criar novas máquinas moleculares Kenneth Chang escreve para o New York Times: 
Reconstruindo genes de animais extintos, cientistas demonstraram pela primeira vez o processo gradual pelo qual a evolução cria uma nova peça de maquinário molecular ao reusar e modificar partes existentes. Os pesquisadores dizem que sua descoberta, publicada na última sexta-feira no periódico Science, dá um contra-argumento aos céticos da evolução, os quais questionam como uma progressão de pequenas mudanças poderia produzir os intricados mecanismos encontrados nas células vivas. 

A evolução da complexidade é uma velha questão da biologia evolutiva, disse Joseph Thornton, professor de biologia na Universidade do Oregon e autor principal do artigo científico. Não há controvérsia sobre se esse sistema evoluiu. A questão para os cientistas é como ele evoluiu, e foi isso o que o nosso estudo mostrou. Os experimentos de Thornton miraram em dois receptores de hormônios. Um é um componente de sistemas de resposta a estresse. O outro, apesar de ter uma forma parecida, participa de processos biológicos diferentes, incluindo função renal em animais.

Hormônios e seus receptores funcionam como pares de chave e fechadura. Seu encaixe levou à questão de como novos pares evoluem, já que um sem o outro aparentemente seria inútil. Os pesquisadores encontraram os equivalentes modernos ao receptor de hormônio de estresse na lampréia, um peixe primitivo, e também em arraias.

Depois de comparar semelhanças e diferenças nos genes, os cientistas concluíram que ele descendia de um gene ancestral comum há 450 milhões de anos – antes de os animais conquistarem terra firme. O grupo, então, recriou o receptor ancestral em laboratório, e descobriu que ele se encaixava no hormônio de estresse, o cortisol, e no de regulação renal, a aldosterona.

Assim, o receptor para a aldosterona existia antes da aldosterona aparecer – o hormônio só evoluiu em animais terrestres. Ele tinha uma função diferente e foi aproveitado para participar de um novo sistema complexo quando o hormônio apareceu, disse Thornton.  Ele afirma que o estudo refuta a tese da complexidade irredutível invocada pelos criacionistas, segundo a qual o maquinário celular é complexo demais para ter evoluído gradualmente.(Folha de SP, 10/4)

 

 COMENTÁRIO SOBRE A NOTÍCIA FEITO PELO COORDENADOR DO NBDI

 Núcleo Brasileiro de Design Inteligente

A pesquisa trombeteada na revista Science não falsifica a Complexidade Irredutível de Behe

A Folha de São Paulo de 10/04/2006 publicou um artigo de Kenneth Chang (New York Times) sobre um estudo publicado na revista Science que refutaria a teoria da complexidade irredutível de Behe. Em 1997 a FSP declara no seu Manual de Redação que orienta a sua conduta [sic] por um projeto editorial… com o objetivo de produzir um jornalismo crítico, moderno, pluralista e apartidário, p. 10. Nada mais falso no que diz respeito a Darwin e à Teoria do Design Inteligente (TDI), apesar das reclamações cientificamente fundamentadas enviadas aos ombudsmen desde 1998. Mais uma vez a FSP não segue o seu próprio manual de redação que recomenda ouvir o outro lado (p. 46) e nem fez o cruzamento de informações (p. 26-27). A FSP sabe como entrar em contato com os teóricos e proponentes da TDI.

Após vários anos afirmando que não há debate sobre a Teoria do Design Inteligente (TDI) três pesquisadores publicaram um artigo trazendo o debate para as páginas da última edição da revista Science. Os pesquisadores Jamie Bridgham, Sean Carroll e Joe Thornton afirmam ter demonstrado como que um sistema complexo irredutível conforme descrito por Michael Behe, pesquisador sênior do Discovery Institute, pode ter surgido como resultado de duplicação de gene e algumas mudanças de pontos mutacionais. 

Isso continua na venerável tradição darwinista de fazer afirmações grandiosas baseadas em resultados insignificantes, disse o bioquímico Michael Behe, que desenvolveu a teoria da complexidade irredutível no seu livro best-seller A Caixa Preta de Darwin (Rio de Janeiro: Zahar, 1997). Não há nada no artigo que um proponente do DI pensasse estivesse além do alcance da mutação aleatória e da seleção natural. Em outras palavras, é um argumento tipo espantalho.

Se a FSP tivesse ouvido o outro lado, seus milhares de leitores tomariam conhecimento que os teóricos do DI rebateram as conclusões do artigo publicado na Science: 

Os autores (inclusive Christoph Adami no seu comentário publicado na Science) estão definindo convenientemente a complexidade irredutível em nível abaixo, bem abaixo. Eu certamente não classificaria o sistema deles com nada próximo de complexidade irredutível (CI). Os sistemas CI que eu discuti no livro A Caixa Preta de Darwin contêm múltiplos fatores ativos de proteínas. O sistema deles, por outro lado, consiste apenas de uma proteína e a sua ligação. Embora na natureza o receptor e a ligação façam parte de um sistema maior que não tem uma função biológica, a parte daquele sistema maior que eles escolheram não faz nada sozinho. Em outras palavras, os componentes isolados que eles trabalharam não são irredutivelmente complexos.

No experimento, apenas resíduos de dois aminoácidos foram modificados, não foram adicionados novos componentes, nem componentes antigos foram removidos continuou Behe. O fato que tais resultados muito modestos são trombeteados deve-se mais, eu suspeito, à antipatia que muitos cientistas têm em relação ao DI do que ao valor intrínseco do próprio experimento. 

Se isso é o melhor que o establishment darwinista pode fazer após dez anos tentando refutar a teoria de design inteligente de Behe, então a teoria neodarwinista se encontra num estado sofrível, disse o Dr. Stephen Meyer, diretor do Center for Science & Culture. Na verdade, o caso de Behe fica mais forte com cada tentativa sucessiva de testá-lo por meio de refutação experimental.

 O jornalismo científico da FSP não é crítico, moderno, pluralista e nem apartidário!

SCB (23/04/2006)   [26]